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terça-feira, 7 de julho de 2009

Tomou Veneno Com Cerveja

Um senhor ligou na emergência do 190, dizendo que tinha tomado veneno misturado com cerveja. Perguntei qual era o veneno e ele disse que era um para matar cupim.
Indaguei seu nome e onde estava, foi então que me passou seu nome e endereço. Também perguntei o que ele queria da polícia militar. Ele me falou que tinha arrependido, porque parecia que a cerveja tinha cortado o efeito do veneno e ele estava com medo de ficar com sequelas.
Falei para não se preocupar, porque eu iria enviar a viatura até ele.
Ele me perguntou se os policiais não íam judiar dele. Acho que estava com medo de sofrer algum tipo de represália.
Falei que os policiais não, mas que no hospital sim, porque seria feito uma lavagem estomacal, e não era nada bom... Ele ficou calado, então falei para aguardar que estaríamos enviando. Desliguei, e passei os dados para os bombeiros.

Os Absurdos Que Se Ouve no 190 - Parte II

De todos os absurdos que se ouve no 190, o recordista é: Criança ligando de orelhão e mandando a gente ir tomar no c... (literalmente). Demonstrando total falta de respeito com a polícia e de educação principalmente. Às vezes quando ligam de suas casas, de telefones fixos, ainda retorno para falar com os pais, esses ficam indignados... com a polícia!
Em segundo lugar são aquelas mulheres "vítimas" de seus maridos ou companheiros, que ligam somente para intimidar o homem, quando as atendo, parecem até que todas decoraram o mesmo texto: "É da polícia? Manda uma viatura aqui, porque tem um sem vergonha aqui me agredindo!
E fala pra ele; tô ligando, e volta ao telefone: tá vindo né, então tá... vem mesmo, porque esse vagabundo aqui não põe nada em casa e só sabe me agredir.
Isso, eu do outro lado, perguntando o endereço e ela sequer está me escutando, somente fala comigo, como se eu já soubesse onde é sua casa, só mesmo para ele ver que ela está chamando a viatura. "Então tá, já tá vindo né, manda mesmo pra pegar esse vagabundo..." e desliga.
Ou seja, ocupam uma linha do 190 pra insinuar que estavam chamando a polícia para que os seus algozes sintam medo.
Acho que é isso, porque elas não querem ficar livre deles ou das agressões, querem somente demonstrar que também tem poderes sobre o homem, usando a polícia, usando o fato de serem mulheres, protegidas por serem o 'sexo frágil', o que é uma grande burrice delas pensarem assim. Porque trabalhar cansa, e apesar deles as agredirem, alguns ainda são quem sustentam a casa.

Os Absurdos Que Se Ouve no 190 - Parte I

Atendi uma mulher que dizia o seguinte; que seu ex marido a estava prejudicando em seu local de trabalho, que não a deixava em paz, a vigiava o tempo todo, seguia, ameaçava por onde ela estivesse, enfim, era um inferno! Já estava para ser mandada embora do serviço por conta disso.
Perguntei se ela já o havia denunciado alguma vez na Delegacia da Mulher, ela disse que nunca e que jamais faria isso, afinal era ele quem sustentava suas filhas.
Perguntei se ele estava lá naquele momento a ameaçando, e se ela queria uma viatura. Me disse que ele estava sim, mas queria a viatura somente para ficar parada lá, olhando para ele, só isso.
Não era para abordá-lo, não era para chamá-la, porque ela não iria denunciá-lo.
Era tão somente para parar a viatura no local e ficar olhando para ele, como uma intimidação dos policiais contra ele, mas que ela não teria nada com isso, como se não soubesse de nada...
Que era dever da polícia fazer isso, porque ela pagava seus impostos.
O incrível foi que ela ficou brava e bateu o telefone na minha cara, quando eu falei que era um absurdo o que ela pedia.

Inimigo Íntimo



Eram quase 22 horas, uma mulher ligou no 190, pedindo orientação sobre o que fazer. Começou dizendo que trabalha fora e deixa sua filha de pouco mais de 2 anos com uma babá, sua vizinha. Nesse dia, a filha reclamou de ardência na "perereca", ela achando que a menina estaria com assaduras, foi dar um banho para depois passar uma pomada. Ao cair água na genitália dela, essa gritou de dor, então ela notou que estava machucada e perguntou o que tinha acontecido, a menina em sua inocência disse que o "vovô tinha enfiado o dedo na perereca"...
O vovô era o marido da babá, onde ela deixava todos os dias sua filha, para ir trabalhar e só buscava a noite.
Ela me disse que foi até a casa da mesma e, essa disse que o marido tinha mesmo umas manias estranhas, e que já respondia processo por coisas do tipo. Ela voltou horrorizada sem saber o que fazer, então resolveu ligar 190, foi quando eu atendi.
Às vezes algumas situações são muito difíceis de lidar, a vontade de fazer justiça com as próprias mãos é grande. Mas, sou policial militar, fiz o que tinha que ser feito no momento, e não o que realmente tinha vontade.
O procedimentio correto seria fazer a denúncia na DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente), mas como a polícia civil estava em greve, eu disse que enviaria uma viatura até sua residência, para que pelo menos pudesse ser feito o exame de Corpo de Delito na menor.
O que foi feito. Não sei o que ocorreu após isso, só sei que demorou mais de 3 horas para que a viatura retornasse.

Esses Ex's

Às vezes, as pessoas ligam para desabafar. Aliás, muitas vezes...
Uma moça ligou no 190, dizendo que o pai de seu filho, ainda não o havia trago de volta, e já se passavam das 21 horas. Eles já estavam separados há mais de 6 anos, o filho já tinha 8.
Ela tem a guarda da criança e o pai o pega nas sextas-feiras depois das 18 horas, e tem que devolver no domingo até as 20 horas. E quando ela ía até lá buscá-lo, sua ex sogra a agredia verbalmente.
Disse ainda que ele viajou com a criança sem avisar, e que já havia ligado no celular dele várias vezes e que o mesmo o desligou na sua cara.
Falei que em alguns casos, as pessoas tem que ter uma dose maior de paciência e, que nem tinha passado tanto tempo assim, que ela tivesse um pouco mais de jogo de cintura, porque tem coisas na vida que temos que abrir mão, para que a convivência seja no mínimo tolerável.
Mesmo porque, se está especificado na ordem judicial, que ele pode ficar com o filho nos finais de semana, então eles poderiam inclusive viajar nesse período, que estava tudo certo.
Ela continuou dizendo que ele sempre faz isso, nunca cumpre com horários, faz ameaças, do tipo que vai pedir a guarda, estão sempre discutindo por alguma coisa.
O pai do menino está casado novamente, já tem inclusive uma outra filha, mas que insiste em aterrorizá-la, com a possibilidade de tomar a criança judicialmente, já que o mesmo tem muitas posses.
Falei que era realmente um caso complexo, que a melhor forma de resolver era, não sendo tão rigorosa com horários, nem com os dias de visita, afinal ele é o pai, e como ela também tem o direito de conviver com o filho, embora, eu achasse que ele fazia isso, apenas para irritá-la e pelo jeito estava tendo sucesso.
O que ela tinha mesmo que verificar era o melhor para a criança, que essas 'picuinhas', só causavam transtornos e desgastes para todos da família, principalmente para o menino.
Que ela deixasse o filho passar mais tempo com o pai, porque por mais que toda mãe tenha medo de perder o amor de seu filho, isso não aconteceria, seu lugar na vida dele estava garantido para sempre.
Que não ficasse ligando tanto assim, afinal seu filho estava sendo bem tratado, que deixasse o pai fazer o papel dele e se concentrasse em sua própria vida, independente do que o ex fosse pensar ou dizer, o importante era estar em paz com sua família, porque queira ou não, suas vidas estavam ligadas para sempre.
Acho que ela entendeu o recado, agradeceu e disse que esperaria até a segunda-feira, que nossa conversa tinha sido muito proveitosa, porque realmente ela estava sendo muito imatura, aliás, ambos, e que já estava cansada de viver assim.

Até Hoje Não Descobri o Que Ela Queria...

Atendi uma mulher que ligou de um orelhão, dizendo que ía se matar.
Perguntei como pretendia fazer aquilo, ela me disse que tinha uma arma em casa e iria dar um tiro na cabeça.
Fiquei imaginando porque alguém que tem uma arma, tem intenção de se matar, sai de casa, vai até um orelhão para para avisar a polícia que vai fazer aquilo.
Então falei: Ah então você tem um arma, que interessante... sabia que eu também tenho?
Ela respondeu: É claro né, que você tem, você é policial! -É verdade, respondi, sou policial, por isso tenho arma, e você, porque também tem uma arma em casa?
Ela se desconcertou toda, não sabia o que me responder e enrolou tudo; começou falar que sua vida toda tinha sido um erro, que era usuária de drogas e que não conseguia deixar o vício, que tinha três filhos, que seu marido não estava mais suportando viver com ela, que havia passado a manhã toda cheirando pó, enquanto lavava as roupas. Que sentia muita vergonha de ser quem era... falou muito.
Quando enfim descarregou toda sua vida em um minuto; falei que vergonha ela tinha que sentir mesmo, porque pensar em se matar deixando três crianças sem mãe, era realmente muito vergonhoso; quanto a ser usuária de drogas, que poderia estar procurando ajuda em alguma clínica de recuperação para dependentes químicos, porque sozinha é muito difícil largar o vício.
De repente ela surtou, disse que eu estava rastreando sua ligação e que devia estar enviando uma viatura pro local.
Eu disse que não havia motivos para prendê-la, a não ser pela posse ilegal de arma, que ela disse que tinha em casa, porém, pra quem estava prestes a se matar, nada poderia ser pior, que ela não se preocupasse, que a cadeia, por pior que ela fosse, ainda era melhor do que morrer.
Não sei o que ela pensou naquele momento, mas desligou. Nunca fiquei sabendo de nenhum suicídio por aqueles lados. E eu, até hoje não descobri o que ela realmente queria...

Foi Comprar Gelo e Nunca Mais Voltou

Eram quase meia noite, uma senhora liga pro 190, querendo saber se havia ocorrido algum acidente nas proximidades de sua casa.
Porque seu amigo tinha saído para comprar gelo e ainda não tinha voltado. Peguntei se ele estava a pé, carro, etc...
Ela disse que de carro, que tinham jantado e ele havia saído fazia mais de duas hora. Verifiquei no sistema e pude ver que não tinha ocorrido acidente algum naquela região.
Ela parecia querer me dizer algo mais, ou quem sabe desabafar. Entendi o recado e falei que poderia ser mais direta, assim talvez eu pudesse ajudá-la.
Então ela despejou, disse que se conheciam há mais de 20 anos, que ele era daqueles solteirões que nunca vão se casar, que estavam jantando na casa dela, de repente deu uma vontade nele de sair para comprar gelo, e não voltou mais.
Que ela tentou inúmeras vezes ligar em seu celular e estava desligado. Então achei melhor falar o que ela já sabia, mas precisava ouvir de alguém.
Disse que algumas pessoas são assim mesmo, tem dificuldades em se relacionar e que talvez tenha sido até melhor assim.
Ela me pediu para que eu ligasse no celular dela, caso ficasse sabendo de alguma coisa. Não sei bem se era isso que ela queria ou se talvez conversar um pouco mais, pois ela sabia que não podia ocupar uma linha tão diputada do 190 para desabafar.
Falei que infelizmente eu não poderia fazer aquilo. Que ela ficasse tranquila, nada demais tinha acontecido, apenas coisas da vida e que ela sendo uma pessoa vivida, já deveria esperar por situações assim, que o melhor a fazer, era levantar a cabeça, sacudir a poeira e bola pra frente, nada é mais importante na vida de uma mulher do que ela mesma...

Uma Brilhante Investigação

Numa tarde, o COPOM recebeu várias ligações de uma mesma família, que diziam que seu irmão, recém saído da prisão estava rondando a casa deles.
Atendi uma dessas ligações, de uma irmã desse rapaz, ela dizia que o mesmo a estava ameaçando, porque tinha saído da cadeia e não tinha onde ficar, e que na noite anterior tinha praticado um roubo na casa de uma senhora idosa, numa cidade próxima daqui e que a havia esfaqueado.
Por isso precisava de um lugar para se esconder. Falei com o rádio operador, para que enviasse uma viatura até o local, para que fizesse uma ronda, já que a irmã havia passado todas as características dele, inclusive o nome completo, não estava difícil de identificá-lo.
O rádio operador parecia meio cansado, porque não fez muita questão de repassar esses dados para a viatura, mas eu insisti... então, ele pra se ver livre de mim, "puxou" os antecedentes do suspeito e constatou que não havia mandado de prisão contra o mesmo; foi o que ele me disse.
Novamente falei que ele não poderia mesmo ter mandado de prisão, já que tinha saído do presídio há dois dias e estava com o alvará de soltura, segundo a família.
Mas seria possível que ele pelo menos verificasse, se havia acontecido algum crime na cidade citada na noite anterior, contra uma senhora idosa?
E infelizmente houve um latrocínio, um roubo seguido de morte por esfaqueamento, de uma senhora de mais de 80 anos. Após essa constatação a viatura foi enviada e finalmente o encontrou, ele não reagiu, parecia dopado, estava rindo.
Feito a detenção do mesmo, foi levado até o COPOM para esperar a viatura do interior ir buscá-lo. Ele confessou que havia mesmo esfaqueado a senhora, mas não sabia que ela havia morrido.
Embora ela tenha ficado sozinha a noite toda, perdendo sangue...
Dois dias depois vejo num jornal local, a notícia de que foi feito a prisão de um latrocida, que havia esfaqueado covardemente uma senhora idosa, que veio a óbito.
E que tinha sido um brilhante serviço de investigação da Polícia Civil!

Esses Jovens de Hoje

Numa noite, me ligou um rapaz que dizia que iria matar a mãe e depois se matar. Perguntei como ele iria fazer aquilo, ele disse que ía usar um revólver.
Olhei pra bina e vi que era um telefone fixo, provavelmente de sua própria casa. Perguntei pela mãe e ele me disse que ela estava trabalhando, fui perguntado outras coisas e ele respondendo; disse que tinha 18 anos, que a mãe o maltratava, o chamando de vagabundo o tempo todo, porque ele não trabalhava e andava com más companias.
Quando ele parou de falar, eu disse que ela tinha toda razão de o tratar assim, que ele realmente era um vagabundo, que tinha 18 anos e era ele quem devia estar trabalhando aquela hora da noite e não a sua mãe.
Que se ela disse que suas companias eram ruins, devia muito bem saber o que estava falando, e que o pelo número do telefone dele, eu já sabia onde ele se encontrava. E, que se algo acontecesse com a mãe dele após essa ligação, ele seria o principal suspeito, e também seria preso por posse ilegal de arma.
A reação dele foi imediata, disse que não era bem aquilo que ele queria fazer não, que sua mãe tinha mesmo razão, que no outro dia iria procurar serviço, que seus amigos eram "malas" mesmo, que nunca teve arma na vida, etc etc...
Dei por encerrada a ligação. Nunca houve nenhum homicídio e nem suicídio naquele endereço...
Ainda bem!

O Criminoso Sempre Volta à Cena do Crime

Certa manhã, recebo uma ligação de que foi encontrada, por populares, o corpo de uma menina de aproximadamente 13 anos.
Ela estava nua e com sinais de violência sexual, num matagal, dentro de um bairro residencial. A viatura constatou o fato...
Enquanto aguardavam a chegada do IML e da Polícia Técnica, foram juntando curiosos. E, nesse meio tempo, recebo mais uma ligação a respeito desse crime; uma mulher disse que na noite anterior havia visto essa mocinha seguindo rumo ao matagal com um vizinho, e que o mesmo estava lá, "aguardando" a chegada do IML juntamente com os outros curiosos; disse também que ele usava uma camiseta do Flamengo e fez a sua descrição, o que não foi difícil de identificá-lo pelos policiais ali presentes.
Feito a detenção do suspeito para averiguação, descobriu-se ser ele vizinho da menina e o autor do crime. Cara de pau...

Ouvi Um Estupro Pelo Celular da Vítima

Acontecem cada coisa inusitada num plantão do 190, que até o diabo duvida!
Uma vez ligou uma moça, de um celular, dizendo que alguém estava tentando arrombar sua porta.
Ela conseguiu passar o endereço, e nada mais, o invasor entrou e ela deixou o celular ligado em algum lugar perto deles, porque se conseguia ouvir tudo o que estava acontecendo lá. Foi uma experiência terrível, ouvir alguém que estava sendo violentada, ouvi gritos abafados...
Enfim, a viatura chegou, tiveram que pular o muro, a porta já estava arrombada, eles entraram, flagraram um homem estuprando a mulher, exatamente quando ele estava consumando o crime.
O autor foi levado pra fora, passaram-se alguns minutos, de repente choveu ligações no 190, dizendo que policiais em uma viatura estavam espancando covardemente um homem na rua... (aquele mesmo, que arrombou e porta e estava estuprando a mulher).
Bom, ele foi levado para a Delegacia o resto eu procuro não saber, que é pra não me envolver e nem me deixar corromper ou enlouquecer com toda essa violência descabida que presencio diariamente.